Joana Treptow relatou agressões nas redes sociais.

O repórter da rádio CBN, Pedro Duran, foi expulso na manhã deste sábado (7) da sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP) aos gritos de “Fora Globo” e a “Rede Globo apoiou a ditadura”. Grades foram atiradas contra o jornalista, que teve que ser protegido pelo deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e seus seguranças.

A repórter da Band, Joana Treptow afirmou que sofreu ameaças de militantes. “Acabei de ser cercada por um grupo de manifestantes na frente do sindicato. Estava a segundos de entrar ao vivo. Uma covardia sem tamanho. Agora estamos em um lugar mais afastado, mas seguro”, postou no Twitter.

“O discurso dos grupos que cometem este tipo de violência é de que a imprensa é manipuladora. Supostamente, atacamos a democracia. Mas hostilidade contra a liberdade de expressão tá de boa né?”, completou.

Outras agressões
Durante protesto em frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), na quinta-feira, no centro de Brasília, uma equipe do jornal Correio Braziliense – uma repórter, uma fotógrafa e um motorista – teve o carro em que estava depredado. Uma equipe do SBT e um repórter fotográfico da Agência Reuters também foram atacados.

Na manhã de sexta, em São Bernardo do Campo (SP), o jornalista Nilton Fukuda, repórter da Agência Estadão Conteúdo, e a jornalista Sônia Blota, da Band, foram agredidos ao registrarem manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ambos foram atingidos por ovos jogados pelos manifestantes.

Repúdio
Ontem, em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ) ressaltam que não há justificativa para a violência nem para atentados à liberdade de imprensa.

Em outra nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiou os atos de agressão aos jornalistas que estão cobrindo o caso. “A Fenaj reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania. Não há verdadeira democracia sem jornalismo e não há jornalismo sem jornalistas.”

O tom da nota conjunta da Abert, Aner e ANJ é semelhante ao da Fenaj: “Toda essa violência injustificável e covarde [é] decorrente da intolerância e da incapacidade de compreender a atividade jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, os agressores atacam o direito da sociedade de ser livremente informada.”

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