Foto: Secom / BA

Breno Cunha
A venda de R$ 8 milhões da MedLife Logística LTDA, empresa sediada em Lauro de Freitas especializada na venda atacadista de medicamentos e drogas de uso humano, foi só uma das várias feitas ao governo da Bahia desde março, mês de início da pandemia de Covid-19.

Ao todo, a empresa já vendeu cerca de R$ 20 milhões em produtos para a gestão estadual, comandada pelo governador Rui Costa (PT).

A maior venda foi de luvas descartáveis, feita em abril. Foram vendidas pouco mais de 200 mil luvas por R$ 4,255 milhões. No mesmo mês, a gestão estadual comprou novas luvas descartáveis com a empresa: pouco menos de 90 mil por cerca de R$ 1,8 milhão.



A multiplicação milionária do lucro da MedLife já tinha ocorrido.Isso porque antes dessas duas compras, em março, o governo fez a compra de 4 milhões de máscaras descartáveis por R$ 8 milhões. Dois meses depois, novas máscaras foram compradas da MedLife pela Secretaria de Saúde do estado: um milhão e 700 mil máscaras por R$ 3,4 milhões.

Somente nessas quatro vendas, a MedLife recebeu cerca de R$ 17 milhões.

Ainda em abril, a empresa também vendeu álcool em gel para a Secretaria de Saúde. Foram 12 mil unidades por R$ 68,90 cada, fazendo o valor total da compra chegar a R$ 826 mil.

Além de luvas, máscaras e álcool em gel, o Governo do Estado comprou ainda seringas com a MedLife. Foram 6,5 milhões de peças por pouco menos de R$ 1 milhão, no início deste mês de julho. Antes, em março, o governo já havia comprado seringas com a MedLife. Foram 7 milhões de unidades por R$ 1 milhão.

De março a julho, foram feitas dezenas de outras compras com a MedLife, segundo dados disponíveis no Portal da Transparência estadual. Todas as compras totalizam, até o momento, R$ 19.470.399,44.

O Política ao Vivo entrou em contato com a MedLife desde as primeiras horas desta terça-feira (07) para saber como a empresa agiu para conseguir vender tantos produtos em tão pouco tempo, mas não conseguiu retorno. A reportagem também pediu uma resposta da Secretaria de Saúde estadual, mas até o fechamento da matéria não obteve.

Atualização às 18h32:

Em resposta à reportagem, a Secretaria de Saúde limitou-se a dizer que “todas as modalidades de compras/contratações realizadas pela Secretaria da Saúde do Estado seguem a legislação, além de serem publicizadas em jornais de grande circulação. Essas compras/contratações podem seguir o critério de menor preço ou de técnica e preço”.



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